Nós, Povos do Semiárido, Queremos Dilma 13

Em manifesto distribuído ao ongo da caminhada do ato público em Juazeiro e Petrolina, a ASA e os movimentos sociais reafirmam os motivos do apoio à Dilma e indicam várias pautas para avançar na próxima gestão.
Movimentos sociais se uniram em apoio à candidata em Petrolina (Foto: Érika Daiane)
Nós, povos do Semiárido, nos reunimos para dizer ao Brasil – em especial àqueles que preconceituosamente afirmam que o voto dos nordestinos/as é o voto dos desinformados/as – que somos brasileiros/as e não nos consideramos superiores e nem inferiores ao povo de nenhuma outra região. Somos brasileiros/as e, como tais, temos o direito de votar em quem quisermos e sermos respeitados/as por isso, assim como respeitamos o direito de escolha dos companheiros/as do sul, do centro ou de qualquer outra região do País.
Queremos dizer também que se vivemos em uma situação diferenciada e de mais pobreza, isso se deu em virtude das políticas eleitoreiras e de combate à seca, de concentração e de exclusão que foram dirigidas ao Semiárido e ao Nordeste, e não por conta da nossa natureza e/ou falta de inteligência e de capacidade.  Esta situação de exclusão e miséria só começou a ser sanada com políticas adequadas à nossa realidade e que trazem sustentabilidade e desenvolvimento para todos/as e não apenas para alguns.
Nos últimos 12 anos nossa situação mudou significativamente para melhor e queremos que esta mudança continue, se aprofunde e cresça, nos tirando efetivamente da exclusão.  Neste contexto, nosso voto é inteligente e expressa o País em que acreditamos.
Queremos um País que cresça por igual e não apenas em algumas regiões.
Queremos justiça.
Queremos partilha dos bens e oportunidades para todos e todas.
Este não é o voto dos grotões. É um voto claro, aberto, explícito e cidadão.
Votamos em Dilma, sim!
Votamos na política que avaliamos como importante para o País, para o Semiárido e para o Nordeste.
Durante séculos vivemos às margens da educação básica, do acesso à terra, à água e aos territórios, da assistência técnica, do crédito, da moradia, da eletrificação, do saneamento, da universidade, do Seguro Safra, de beneficiar e comercializar nossos produtos. No Semiárido, só quem tinha direito a essas coisas era uma pequena minoria de privilegiados/as que nos exploravam e que enriqueciam mais e mais a cada estiagem.
Hoje, isso mudou. Verdade que não mudou totalmente, mas mudou de modo considerável, melhorando sensivelmente a nossa vida.
Hoje são 100 mil famílias que vivem no Semiárido produzindo alimentos de qualidade e saudáveis. O crédito para agricultura familiar passou de R$ 3 bi (há pouco mais de 10 anos) para R$ 23 bi atuais. Beneficiamos e vendemos nossos produtos. Nossos filhos – mesmo nas comunidades rurais mais afastadas – têm mais acesso à educação e estão nas universidades e escolas técnicas. Temos também mais assistência técnica para a produção e assistência médico-hospitalar.
Atravessamos, nos últimos três anos, uma estiagem cruel e dura, em que não morreu nenhum filho ou filha do Semiárido em decorrência disso. Tampouco precisamos trocar votos por água,  enquanto em outras estiagens  milhares de pessoas pereceram de fome.

Nosso voto quer dizer ao Brasil que conquistamos muitos direitos, mas que queremos manter e aprofundar todas essas conquistas e ir além, pois ainda nos resta muito a conquistar. Nosso voto também significa que não queremos a volta de um Brasil onde desemprego, fome e miséria são naturalizados.
Para o Semiárido Mudar Mais queremos Dilma, sim.
Queremos uma reforma agrária adequada ao Semiárido. Para incluir milhares de famílias ainda excluídas devemos garantir a elas o acesso a terra, com crédito, assistência técnica, acompanhamento sistemático e garantia de comercialização de seus produtos.
Queremos a delimitação e garantia dos territórios dos povos indígenas e das populações tradicionais. Sem seus territórios, esses povos permanecem à margem dos processos de desenvolvimento.
Queremos que todas as famílias que tiveram acesso à água para consumo humano tenham tambémágua para produzir alimentos, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional das mulheres e homens da região.
Queremos que sejam tomadas medidas urgentes para que o Brasil deixe de ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos, garantindo mais saúde para todas as regiões do País.
Queremos superar as desigualdades entre mulheres e homens, deixando para trás as situações de violência que se impõem sobre as mulheres, que no Semiárido têm como pano de fundo a divisão sexual do trabalho.
Queremos a democratização dos meios de comunicação para que possamos ter instrumentos de reafirmação da identidade e de fortalecimento das lutas pelos nossos direitos.
#PeloSemiáridoDilma13

Assinam:
Articulação Semiárido Brasileiro
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
Federações dos Trabalhadores na Agricultura
Levante Popular da Juventude
Movimento dos Atingidos por Barragens
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

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